Cartão postal de Ilhéus já necessita de socorro.
Primeira ponte estaiada da Bahia. Balanço após 3 anos de inaugurada.
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Sem sombra de dúvida a Ponte Jorge Amado, em Ilhéus, é uma obra de arte. Ela é um dos cartões postais mais belos da Bahia. A primeira do Estado com estais (cabos de aço) que sustentam a maior parte do tabuleiro ou estrado (onde os veículos trafegam e as pessoas passam), a obra foi inaugurada em 2020, ela é integrada à BA-001 e se tornou mais uma opção de ligação do Centro com a zona sul da cidade.
Abrindo um parêntese na matéria, na nossa humilde opinião, um erro imperdoável na execução da ponte ocorreu quando a construtora optou por fazer um acesso com pedras para erguer o pilar principal e não utilizou balsas. A areia foi se acumulando no local de tal forma que, mesmo quando parte das rochas foi retirada, a maré só passa praticamente por um lado da torre principal. Do lado da Praia do Cristo se formou um enorme banco de areia.
Erguida sobre a Baía do Pontal, após 3 anos de inaugurada, a Ponte Jorge Amado continua bela e imponente, pelo menos pra quem a contempla durante o dia. O anoitecer já revela o descaso da administração pública municipal com a manutenção de tão belo presente que a cidade recebeu do Governo do Estado.
A torre principal da ponte, já não dispõe da bela iluminação com luzes coloridas. Basta caminhar com atenção do trecho complementar que é ligado à Avenida Soares Lopes até próximo à Cabeceira Leste do Aeroporto de Ilhéus para se constatar o grave descaso com a iluminação pública nesse percurso e no entorno. O TranscendNews contabilizou um número absurdo de luminárias queimadas ou inexistentes nos postes: 76 no total. Sem falar nos 06 postes que caíram por conta de ventanias ou acidentes e não foram repostos. Aliás, postes mal escolhidos (de ferro) e mal dimensionados para uma ponte a beira-mar.
Prolongamento da ponte no trecho sul. Faltam 5 postes de iluminação.
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Além das perdas do brilho e beleza da obra, a questão mais preocupante está relacionada à segurança dos pedestres que utilizam os passeios e a ciclovia para trabalhar e praticar caminhadas e corridas durante a noite. Se a gestão do município não tomar uma providência, logo vai ficar mais complicado para essas pessoas.
Em março de 2023, a Prefeitura de Ilhéus emitiu nota sobre essa mesma questão, alegando que a competência pela manutenção é do Governo do Estado por se tratar de uma rodovia estadual, mas que, através das secretarias de Serviços Urbanos e de Infraestrutura, iria colaborar. Contudo, quase nada foi feito. O município não pode se eximir de uma competência que lhe é imputada pelo artigo 30 da Constituição Federal, no inciso V, estabelecendo que o município deve organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo que tem caráter essencial. Até porque, o artigo 149-A da Constituição mostra que os municípios e o Distrito Federal têm a prerrogativa de instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública. E o cidadão ilheense já paga taxas que variam de 10% a 20% sobre o valor líquido da conta de energia elétrica. Sendo assim, mesmo que a rodovia seja federal ou estadual, mas tendo um trecho que corte o perímetro urbano do município, é este governo local o responsável pela manutenção dessa parte da rodovia, sob pena de ser responsabilizado em eventuais ações na justiça.
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Lâmpadas que não funcionam deixam áreas escuras
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Placa indicativa da faixa de pedestre jogada ao chão.
Fazendo uma analogia, a atual gestão se comporta como um fanfarrão e folgado que é agraciado com um carro esportivo de R$ 100 milhões e pede para quem lhe deu o mimo que pague o licenciamento todo ano. Assim, fica difícil pra cidade crescer e se desenvolver.
Por Marcos Bezerra/TranscendNews